BAUDELOT E ESTABLET: A ESCOLA DUALISTA

Os franceses Roger Establet e Christian Baudelot escreveram em 1971 “A escola capitalista na França”. Um dos pontos bastante interessantes trata da crítica que os autores fizeram aos seus compatriotas Bourdieu e Passeron. O livro observa a contradição real entre classe dominante e classe dominada e leva em conta a força latente da ideologia do proletariado.
Para Establet e Baudelot, se vivemos em uma sociedade dividida em classes, não é possível haver uma escola única. Existem na verdade duas escolas totalmente diferentes, antagônicas em todos os sentidos. As duas grandes redes de escolaridade são a secundária superior (SS) e a primária profissional (PP), que corresponde a divisão da sociedade proletária e burguesa.
Desde o começo, os filhos dos proletariados são destinados a não atingir níveis de ensino superiores, sendo encaminhados para atividades manuais. A escola, neste caso, tem a função de reproduzir as divisões sociais já existentes.
Desse modo, observa-se que a escola reafirma a divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual, já que nessa dicotomia repousa a possibilidade material da manutenção da estrutura capitalista.
Diferente de Bourdieu e Passeron, para Establet e Baudelot o proletariado possui ideologia própria, que se origina fora da escola, nas diversas organizações de operários. Por isso, cabe à escola não só inculcar a ideologia burguesa, mas também recalcar e disfarçar a nascente ideologia do proletariado.

Comentários

  1. Olá! Você extraiu está análise do livro? Se sim estou louca procurando onde achar pra comprar preciso urgente para o doutorado. Abraços

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    1. Você encontra no livro Sociologia da Educação, de Palo Meksenas.

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